O mercado internacional do açúcar opera em alta nesta sexta-feira (11), refletindo uma leve recuperação após as recentes oscilações causadas por fundamentos mistos no cenário global. Na Bolsa de Nova Iorque (ICE Futures US), os contratos com vencimento em outubro/25 do açúcar bruto são negociados a 16.47 cents de dólar por libra-peso, registrando alta de 1,29%. Já os contratos para março/26 operam a 17.13 cents, valorização de 1,06%. Em Londres, o açúcar branco com vencimento em agosto/25 também apresenta valorização e a tonelada é cotada a US$ 486,20, aumento de 0,77%.
O movimento de alta desta sexta-feira reflete a busca dos investidores por equilíbrio após os preços testarem mínimas de vários anos nas últimas semanas. O mercado segue atento ao clima nas principais regiões produtoras, especialmente no Brasil e na Índia. Na Índia, a chegada antecipada das monções e o volume de chuvas 9% acima da média histórica em junho sustentam a perspectiva de uma safra robusta, o que é considerado baixista para os preços. O Departamento Meteorológico local também prevê precipitações acima do normal para julho, o que deve favorecer os canaviais.
No Brasil, de acordo com o boletim De Olho na Safra, do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), a produtividade média em maio caiu 12%, de 91 para 80,8 toneladas por hectare. A qualidade da matéria-prima também recuou, sendo que o ATR na primeira quinzena de junho foi de 128,66 kg/t, queda de 4,37% frente a 2024. No acumulado da safra, o recuo é de 4,54%. Cenário que é destacado por João Baggio, diretor-presidente da G7 Agro Consultoria.
“Tenho visitado lavouras e os impactos são significativos. As perdas serão maiores do que imaginávamos, especialmente após a geada recente. Na minha região, entre Araraquara e Ribeirão Preto, a quebra ultrapassa 20% na produtividade por hectare. Essa é mais uma variável que precisa ser considerada na sustentabilidade do nosso setor, que enfrenta grandes desafios de gestão”, diz o consultor
Além das decisões políticas e comerciais que impactam a demanda global por açúcar e biocombustíveis. As taxas americanas de 50% sobre os produtos nacionais possuem pouco impacto para o setor do açúcar, no entanto pode ser significativa para a cadeia do etanol. Por outro lado, o aumento da mistura de etanol na gasolina deve equilibrar a demanda.