Os preços do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (15) em baixa nas bolsas de Nova Iorque e Londres, pressionados por realização de lucros após uma sequência de altas que levou as cotações aos maiores níveis em dois meses. Apesar da queda diária, o balanço semanal foi positivo, com ganhos acima de 1% entre os principais contratos, sustentados por preocupações com a safra brasileira.
Em Nova Iorque, o outubro/25 recuou 0,14 cent (-0,85%), a 16,44 cents/lbp. O março/26 caiu 0,15 cent (-0,87%), para 17,13 cents/lbp. O maio/26 perdeu 0,15 cent (-0,88%), fechando a 16,84 cents/lbp, enquanto o julho/26 caiu 0,12 cent (-0,71%), a 16,75 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o outubro/25 caiu US$ 8,20 (-1,68%), encerrando a US$ 481,20 por tonelada. O dezembro/25 recuou US$ 5,10 (-1,07%), a US$ 473,40 por tonelada. O março/26 caiu US$ 3,90 (-0,81%), para US$ 475,90 por tonelada, e o maio/26 fechou a US$ 475,80 por tonelada, baixa de US$ 3,40 (-0,71%).
Na comparação com o fechamento da sexta anterior (08/08), os contratos futuros do açúcar em Nova Iorque apresentaram altas: outubro/25 avançou 0,19 cent (+1,17%) em relação aos 16,25 cents/lbp; março/26 subiu 0,21 cent (+1,24%) frente aos 16,92 cents/lbp; maio/26 teve alta de 0,18 cent (+1,08%) ante os 16,66 cents/lbp; e julho/26 ganhou 0,19 cent (+1,15%) em relação aos 16,56 cents/lbp.
Em Londres, o outubro/25 subiu US$ 9,90 (+2,10%) frente aos US$ 471,30 por tonelada registrados na sexta anterior. O dezembro/25 avançou US$ 9,10 (+1,96%) em relação aos US$ 464,30 por tonelada. O março/26 teve alta de US$ 7,50 (+1,60%) ante os US$ 468,40 por tonelada, enquanto o maio/26 ganhou US$ 6,30 (+1,34%) frente aos US$ 469,50 por tonelada da semana passada.
A sustentação dos preços ao longo da semana foi impulsionada por dados que indicam menor disponibilidade do adoçante no Brasil. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a produção de açúcar no centro-sul somou 3,6 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024. O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) foi de 139,62 kg por tonelada de cana, recuo de 5,21% no ano. No acumulado da safra, o ATR está em 126,85 kg/tonelada, baixa de 4,77% e o menor patamar em dez anos.
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Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, “só no ciclo 2015/2016 registramos um indicador de qualidade inferior ao contabilizado até o momento no centro-sul”. A Reuters destacou que a queda na produção poderia ter sido ainda mais acentuada não fosse o aumento da destinação da cana para o açúcar, que passou de 50,32% para 54,10% no comparativo anual, em detrimento do etanol.
Além disso, dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam que a produtividade agrícola média do centro-sul caiu 10% entre abril e julho, para 79,84 toneladas de cana por hectare, em relação ao mesmo período do ano passado.
A Reuters também apontou que além disso, a produtividade agrícola registrou queda de 10% na média do centro-sul no acumulado de abril a julho, na comparação anual, segundo dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), atingindo 79,84 toneladas de cana por hectare neste ciclo.