A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou nesta quinta-feira (14/08) da instalação da Câmara Setorial Temática destinada a estudar e discutir o pagamento por serviços ambientais no Bioma Pantanal. A iniciativa, de autoria do deputado estadual João José de Matos (Dr. João), foi formalizada em sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e reuniu representantes de entidades ligadas ao setor produtivo, à pesquisa e à preservação ambiental.
A Câmara Temática tem como objetivo promover uma discussão de alto nível, embasada em critérios técnicos e científicos, conduzida por profissionais qualificados. A proposta é realizar uma escuta atenta e fomentar o debate sobre os instrumentos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), alinhando ações de conservação do Pantanal à segurança jurídica e à valorização das comunidades e dos produtores rurais que vivem no bioma. O colegiado será presidido pelo produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Poconé, Ricardo Arruda, e terá como relator o analista de Pecuária da Famato, Marcos de Carvalho.
Durante a instalação, Ricardo Arruda comentou a proposta apresentada pelo ICMBio de ampliar o Parque Nacional do Pantanal, incluindo cerca de 47 mil hectares distribuídos em três áreas de relevância ecológica. Ele reforçou a importância do reconhecimento ao trabalho já realizado pelos produtores rurais. “O Pantanal é o bioma mais conservado do país, com 85% de sua área preservada. Desse total, apenas 5% corresponde a áreas públicas, como os parques de uso restrito. Ou seja, 95% de tudo o que é conservado ou preservado está nas mãos dos produtores rurais, que cumprem rigorosamente as legislações e enfrentam restrições severas. Antes de propor a ampliação de parques, é preciso responder: qual é a diferença entre o serviço ambiental prestado por uma unidade de preservação e aquele realizado, diariamente, pelo produtor rural em suas áreas de reserva legal? Nós somos, de fato, os verdadeiros provedores desses serviços ambientais e merecemos o devido respeito e reconhecimento”, afirmou.
Para Marcos, ocupar a função de relator reforça o compromisso da Famato com o produtor pantaneiro e com a conservação do bioma. “É uma responsabilidade que assumo com seriedade e dedicação. Nosso objetivo é construir, junto aos demais membros, soluções viáveis que garantam a conservação ambiental sem deixar de lado a sustentabilidade econômica e social das famílias que vivem e produzem no Pantanal”, destacou.
O deputado Dr. João ressaltou a importância da participação da Famato nos trabalhos da Câmara Temática. “Ter uma entidade com a representatividade e a experiência da Famato e do Sindicato Rural de Poconé nesse debate é fundamental. A presença do produtor rural Ricardo Arruda e do analista Marcos como relator traz segurança técnica e garante que as propostas considerem a realidade de quem vive no Pantanal”, disse.
Além da Famato e do Sindicato Rural de Poconé, participaram da instalação o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Celso Nogueira, e representantes da ALMT, Pontes Pantaneiras, Centro de Pesquisa do Pantanal e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
