O mercado da soja segue recuando na Bolsa de Chicago e intensificando as baixas entre as posições mais negociadas. Por volta de 11h55 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam entre 13 e 14,50 pontos, levando o agosto a US$ 10,13 e o novembro a US$ 10,22 por bushel. Os preços da soja acompanham baixas que se dão também no mercado do milho, com as cotações do cereal recuando mais de 1%, e do farelo, com perdas de mais de 1,5%. Trigo e óleo de soja também caem e contribuem para a pressão.
A segunda-feira é de baixa generalizada, mais uma vez, para as commodities agrícolas, novamente em função de uma dura influência do macrocenário, em especial o que se relaciona as tarifas de Donald Trump não só sobre o Brasil, mas também de olho em União Europeia e China.
“Estamos caminhando para o final de julho. A partir de 1º de agosto, o tarifaço de Trump começa a valer para diversos países. Entre eles, está o bloco da União Europeia. Era esperado que um acordo entre EUA e UE fosse alcançado antes do final do período, mas parece que isso está longe de acontecer. O que se diz é que a UE estrá preparando uma série de medidas contra os EUA, reduzindo, consideravelmente, sua chances de um acordo comercial”, explicam os analistas da Agrinvest Commodities.
De outro lado está a China. “As negociações entre EUA e China parecem cada vez mais distantes. Mesmo porque sabemos que a China sazonalmente, não compra commodities agrícolas nos EUA, no período fevereiro a setembro”, explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. Por outro lado, segundo o jornal chinês South China Morning Post, Donald Trump e Xi Jinping poderiam se encontrar mais cedo do que se esperava.
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá visitar a China antes de ir à cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), entre 30 de outubro e 1º de novembro, ou poderá se encontrar com o líder chinês Xi Jinping nos bastidores do evento que será realizado na Coreia do Sul”, informou a publicação. E assim, mais esta especulação se mantém no radar do mercado.
Ainda sobre a nação asiática, dados reportados nesta segunda-feira pela Administração Geral das Alfândegas apontam que as importações de soja, em junho, foram de 10,62 milhões de toneladas, com a maior parte das compras ainda sendo feitas no Brasil.
Segundo explicou o analista do complexo soja e diretor da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, a China ainda precisa comprar cerca de 35 milhões de toneladas de soja até o início de janeiro e o Brasil pode não ser suficiente para atender a toda esta demanda. Acompanhe sua análise na íntegra com sua entrevista desta segunda-feira no Bom Dia Agronegócio.