(Reuters) – A Usiminas anunciou nesta sexta-feira um lucro acima do esperado para o segundo trimestre, conforme publicação ao mercado, em meio a um cenário de forte concorrência e preocupação com o impacto das tarifas dos Estados Unidos.
O grupo registrou lucro líquido de R$128 milhões no trimestre, revertendo prejuízo de R$100 milhões registrado um ano antes, e acima da estimativa do mercado de R$86,57 milhões, de acordo com dados da LSEG.
A receita líquida da Usiminas subiu para R$6,63 bilhões ante cerca de R$6,35 bilhões no período correspondente de 2024. A alta foi superior à esperada pelo mercado, que projetava R$6,55 bilhões, segundo a LSEG.
Embora o resultado tenha sido melhor do que o esperado, a Usiminas disse que as condições concorrenciais deterioraram de forma acelerada no segundo trimestre em meio ao volume recorde de importação de aço no país.
A empresa também disse que, apesar de que o anúncio da tarifa de 50% pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aos produtos brasileiros possa ter pouco efeito nas exportações diretas da empresa, os impactos sobre a cadeia industrial e sobre os clientes exportadores são fatores de preocupação.
O resultado operacional ajustado medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização subiu 65% a R$408 milhões, ficando abaixo da estimativa de R$517,36 milhões.
Para o próximo trimestre, a empresa espera estabilidade no volume de vendas no segmento de siderurgia, com queda na receita líquida por tonelada, porém com melhoria nas margens em função de menores preços de matéria-prima.
Já na mineração, a expectativa é de volumes menores, porém alinhados com o plano de vendas atual.
Em um comunicado separado, a Usiminas disse que espera realizar investimentos de R$1,2 bilhão a R$1,4 bilhão em 2025.
O grupo também informou que o conselho de administração aprovou investimento de cerca de R$1,7 bilhão para realização da modernização e reconstrução parcial da Bateria 4 da Coqueria 2 da Usina de Ipatinga, prevista para entrar em operação em 2029.
O investimento será distribuído ao longo de quatro anos e visa aumentar a capacidade produtiva de coque e gás de coqueria, bem como reduzir a aquisição de coque de terceiros.
(Por Michael Susin em Barcelona)